Quando foi a última vez que você programou só por diversão?
Recentemente, me peguei assistindo a mais um vídeo do tsoding. O canal dele é dedicado à prática de recreational programming — programação por diversão. Nesse vídeo em específico, ele estava construindo uma máquina virtual, sem nenhum propósito prático aparente além do prazer de criar. Isso me fez pensar: “Cara, que incrível! Esse cara é feliz, faz o que gosta.”
Refletindo sobre a bolha tech aqui no Brasil, percebi como a mentalidade de que “tudo é produto” tem se enraizado. Parece que muitos desconhecem o conceito de recreational programming ou simplesmente o ignoram. Hoje em dia, é raro ver pessoas iniciando na programação apenas pelo prazer de programar. Tudo precisa ter um propósito, um projeto vendável ou uma linha no currículo. Mas já pararam para pensar em como essa mentalidade pode ser prejudicial para a nossa carreira?
Vejo cada vez menos gente com sede de aprender. Quando comecei a programar, qualquer momento era uma oportunidade para praticar, não importava o que fosse, eu programava por pura diversão.
Atualmente, parece que o foco é só saber o “framework da moda”, mesmo sabendo que muitos deles têm vida útil de apenas 2 a 5 anos. Onde foi parar a curiosidade? Cadê aquela galera que faz as coisas simplesmente porque gosta?
Existe uma linha tênue entre ser um sênior experiente e ser um júnior acomodado. O sênior, com anos de estudo e prática, conquistou o direito de ser mais seletivo com o que estuda. E você, júnior ou estagiário preguiçoso, acha mesmo que já sabe o suficiente? Talvez seja hora de repensar essa postura medíocre, tomar vergonha na cara e se afundar em livros. Se conhecimento é poder, por que você está se contentando com tão pouco?
Os melhores projetos saem naturalmente, você não precisa forçar. Quando você está realmente interessado em algo, a motivação vem de dentro e o aprendizado se torna uma consequência natural. Não se trata de seguir tendências ou acumular certificados, mas de encontrar prazer no processo de criação e descoberta.
Então, quando foi a última vez que você programou só por diversão? Se faz muito tempo, talvez seja hora de resgatar esse sentimento. Pegue um projeto que te anime, algo que você sempre teve vontade de fazer, mas nunca teve tempo ou coragem. Se permita explorar, errar e aprender sem a pressão de resultados imediatos. Afinal, a verdadeira essência da programação está na jornada, não no destino.